Está em cartaz no Museu de Arte do Rio até setembro a exposição “Tarsila e Mulheres Modernas no Rio”. O objetivo da mostra é reconhecer a importância de diversas mulheres para a construção da sociedade carioca e brasileira entre os séculos 19 e 20 em distintas áreas, como artes visuais, literatura, música, teatro, dança, medicina, arquitetura, esporte, religião, política etc.
Entre os destaques da exposição estão 25 pinturas e dez desenhos de Tarsila do Amaral, ressaltando o museu ser a primeira vez que Tarsila é contextualizada para além do campo das artes, abordando também o período pelo qual o Brasil e o Rio de Janeiro passavam, de lutas pelos diretos das mulheres que assumiam seu papel na sociedade, seus corpos e desejos.
Daniel Lannes – Sonho de Getúlio, 2015 - Óleo e acrílica sobre lona – Coleção do artista
No campo literário, outras facetas de Clarice Lispector podem ser conhecidas, a exemplo das crônicas femininas publicadas sob o pseudônimo Helen Palmer, o trabalho como pintora e fotos de sua intimidade registradas pelo filho. Também há raridades na exposição, como o manuscrito de “O Quinze”, de Rachel de Queiroz.
Na música, o despontar de apresentações femininas em night clubs – até então um ambiente predominantemente masculino – é contado por meio das histórias e canções de grandes divas do rádio, como Emilinha Borba e Marlene. E, como não poderia deixar de ser, as tias do samba e a mistura entre música e religião não foram esquecias, aparecem em fotos que revelam as feijoadas e os encontros nas comunidades da cidade. Na dança, a primeira bailarina negra do Theatro Municipal, Mercedes Baptista, e outros nomes do balé clássico e contemporâneo fazem parte da mostra.
Segundo Adriana Karla Rodrigues, Diretora executiva do Instituto Odeon Museu de Arte do Rio – MAR, ‘”Tarsila e Mulheres Modernas no Rio” descreve um percurso do fim do século XIX ao término da Segunda Grande Guerra apresentando mulheres que, em seus diferentes campos, guardam entre si um traço comum: os papéis modernos, ou mesmo revolucionários, que desempenharam em suas áreas. Por vezes notórias, por outras incógnitas, suas atuações foram centrais para as mudanças do papel da mulher na sociedade e para a transformação da cidade do Rio de Janeiro. É nossa homenagem à mulher como subjetividade criadora, agente transformador do cotidiano e da realidade de todo o corpo social, em sua vasta diversidade de gênero, cultura e identidade”.
A exposição “Tarsila e Mulheres Modernas no Rio” fica em cartaz no segundo andar do MAR entre 12 de maio e 20 de setembro. Praça Mauá, 5, Centro, Rio de Janeiro/RJ, (21) 3031 2741. De terça a domingo, de 10h às 17h. Ingressos R$ 8. Entrada franca nas terças-feiras.
É permitida a reprodução de conteúdo do site para fins não comerciais, desde que citada a fonte: Jornal Mulier – www.jornalmulier.com.br.
