Acontece entre os dias 16 e 20 de setembro, em Florianópolis, Santa Catarina, o Seminário Internacional “Fazendo Gênero 10 – Desafios Atuais dos Feminismos”. Entre os objetivos do evento está a possibilidade de favorecer a articulação dos estudos de gênero com abordagens que envolvem outras categorias de análise como classe, raça, etnia e gerações, criando um espaço de troca de experiências e diálogo entre investigadoras(es) acadêmicas(os) e aquelas(es) ligadas(os) a outras entidades e aos movimentos sociais.
O tema em questão lembra que, apesar dos avanços obtidos por meio das inúmeras lutas travadas pelas mulheres, muitos obstáculos persistem, alguns se re-configuraram, outros emergiram, exigindo por isso mesmo o debate em torno dos desafios atuais dos feminismos, incluindo problemas como a baixa participação das mulheres nas instâncias de poder político, desigualdades de gênero no âmbito do trabalho, violências domésticas e institucionais de gênero, etc.
Para Tânia Ramos, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e integrante da comissão organizadora do seminário, a expectativa é grande, seja pelo envolvimento da UFSC, seja pela participação externa, ainda mais agora, quando o evento passou a ser realizado em um intervalo maior de tempo, não mais de dois em dois anos, mais de três em três. O tema, segundo ela, “Desafios Atuais dos Feminismos”, foi mesmo desafiador, juntando-se o fato da motivação constante na militância acadêmica pela confecção da Revista de Estudos Feministas, editada na UFSC.
Muitos trabalhos já foram inscritos para apresentação nas mesas redondas, palestras e 115 simpósios temáticos, com uma média de 20 trabalhos interdisciplinares por simpósio. Como afirma Ramos, surpreende o envolvimento de jovens pesquisadoras(es). “São 440 trabalhos de Iniciação Científica, de núcleos de pesquisa e alunas e alunos de graduações. Envolvemos mais de 200 alunos de graduação como monitoras e monitores do evento, sendo relevante a participação de mestrandas(os) e doutorandas(os) em todas as instâncias do seminário, especialmente na apresentação de suas pesquisas e na demonstração do quanto a questão de gênero é relacional”.
A professora destaca a organização e a capacidade de sedimentação do evento nesses mais de 20 anos, lembrando o importante apoio de instituições como CNPq, CAPES, Secretaria de Política para Mulheres e a UFSC, pela disponibilização da estrutura. “Destaque também aos temas escolhidos, às redes que estabelecemos e à cooperação acadêmica nacional e internacional que existem por causa ou a partir do evento”. A Editora Mulheres é outra a ser lembrada como importante parceira, produzindo bonitas e consistentes edições dos trabalhos apresentados nas edições anteriores do “Fazendo Gênero”, assegura Tânia Ramos.
O Seminário é promovido pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas, pelo Centro de Comunicação e Expressão, bem como por outros Centros da UFSC, em parceria com o Centro de Ciências Humanas e da Educação da UDESC.
Inscrições para ouvintes, minicursos e oficinas podem ser feitas no site: http://www.fazendogenero.ufsc.br
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Excelente matéria. Desde as primeiras edições os seminários “Fazendo Gênero” têm dado uma importante contribuição para a academia brasileira, nao só pela abordagem interdisciplinar dos estudos de gênero, como pelo espaço aberto para se refletir sobre o feminismo na contemporaneidade.